Thursday, November 7, 2024

6 - Movimentos

 

6 -  Movimentos

Existem determinados movimentos que são de imprescindível importância nos momentos cerimoniais de um mago, estes movimentos podem ser executados em larga escala ou mais sutilmente.

       Em larga escala temos como exemplo um mago levantar um cajado ou uma pedra acima de sua cabeça, de maneira sutil podemos citar movimentos de coordenação motora fina executados com as mãos e dedos. Assim como existem em muitas danças de diversas tradições ou mesmo os mudras que são posições específicas com as mãos e dedos na cultura indiana, a dança em si não deixa de portar a característica de movimento físico.

      É importante ressaltar que os movimentos, quando o sujeito está em estado de meditação, têm a função de ativar a “vontade” que é a força principal utilizada no controle do magnetismo do universo. Ou seja: não são simplesmente movimentos no modo supérfluo e comum de entender, mas sim movimentos que ativam um poder interno, e este próprio poder está neste momento relacionando-se com o ato de movimentar-se. No momento em que me movimento sinto uma energia da cabeça aos pés, não é por isto uma experiência ou uma vivência meramente psicológica ou filosófica mas sim uma vivência que ativa poderes espirituais ainda desconhecidos no homem, uma vivência empírica, um modo de perceber a realidade mais completo.

      Esta “vontade” é parte dos aparatos psicológicos do mago, mas não deve ser entendida como a vontade de ordem comum, vamos designa-la como vontade espiritual, que respectivamente têm o poder de controlar energias e magnetismos universais e ainda entrar em contato com seres elementais que fazem parte da 4a dimensão. Uma outra possibilidade que não se pode aplicar à vontade ordinária, e que a espiritual permite, é o poder de comandar e aplicar maior realismo às forças da imaginação, fazendo com que esta tenha grande repercussão na 3a dimensão. Assim, os “mitos pessoais” adquirem vida e podem atender à pedidos, executar tarefas e caminhar dia à dia com o mago.

      Mitos pessoais são criações psíquicas, mas o fato de terem sido criadas por ele não às torna menos reais que se fossem um produto do meio espiritual ou do mundo físico, pois é fato consumado que o psiquismo atua no mundo tão bem ou muito melhor que seus próprios constituintes. Aliás os mitos pessoais são sempre recheados de cada vez mais poder, pois devem ser cultivados como plantas pela consciência daquele que medita. O importante é crer neles, não com a fé morta, nem é necessário que se raciocine sobre a legitimidade ou não deles, aliás uma coisa que um mago nunca faz é duvidar ou por à prova suas imaginações, independente deste método não ter aparentemente uma razão que concorde com a de ordem comun, ou mesmo uma comprovação científica o fato é que ele é extremamente funcional, e é sobretudo percebido empíricamente, assim não há necessidade de comprová-lo segundo o prisma do pensamento tradicional, pois tendo tornado um mago o sujeito entra em um novo sistema hermético de realidade, e não pode utilizar as regras das antigas leis para julgar as atuais já que as antigas são restrita no modo de entender o mundo.                                        

      Um mago sabe que seu poder é exclusivamente psíquico e, por este fato, não depende de nenhum aparato externo para entrar em funcionamento. Ainda que todos estes aparatos externos representem meios altamente contribuintes para ativar o seu próprio psiquismo e poder magnético. Um homem, em geral, está restrito ao seu meio. O pensamento, os hábitos, o alcance da concepção de vida de um homem estão apregoados e ditados pela sociedade em que ele vive. O mago vai além do que é um homem sobrepujando-o em muitos aspectos, a concepção que ele têm da vida é ampla e se mantém durante todos os segundos, as situações que lhe ocorrem na vida estão vinculadas à uma filosofia de vida complexa e por isto o sentido que ele doa à cada situação é de uma amplitude gigantesca, tanto filosoficamente quanto perceptivamente ( percepções sensitivas adicionais ) falando. É em decorrência destas duas vertentes ( sensitiva e conceitual ) os hábitos de um mago são de grande distinção, além do convencional chegando à um patamar que foge à concepção da sociedade em geral.

      Pode-se considerar que os hábitos de um mago são formados por sua intuição, esta intuição pode ser oriunda de uma total criatividade e experimentação ou ser a rememoração de atitudes já consolidadas em encarnações anteriores, ou ainda sugtestões de espíritos desmaterializados que perambulam por diversas camadas do plano espiritual, estes espiritos desmaterializados que influem no mago podem estar desencarnados ( mortos ) ou encarnados ( em viagens astrais ou mesmo influência por pensamentos e sentimentos, pois a trama social psíquica é ativa todos os momentos, ainda que tenha mais força de influência e um contato mais íntimo à noite )

      Quanto mais se utiliza os poderes magnéticos, mais se têm noção de como eles funcionam e mais se consegue dominá-los. O poder magnético é uma função da vontade e atua num mundo paralelo ao nosso: O mundo psíquico e espiritual. Paralelo mas não incongruente, muito pelo contrário, é por isto que diz-se que também pode-se influir no mundo físico.

      Um mago não só deve saber como utilizar seus poderes espirituais como também deve criar uma concepção e filosofia de vida, da morte e do universo, uma conceituação destes temas altamente complexa e distinta, que não se embase em parâmetros externos, nem se fundamente em vertentes científicas mas sim mitológicas, pois estas são mais funcionais e o que queremos aqui é um poder que tenha utilidade e não penduricalhos que visem enfeitar e ocupar espaço à toa, ainda que estes possam ser bastante belos. O mago deve viver segundo esta filosofia, que lhe é extremamente pessoal, não é um recebimento gratuito de cultura religiosa ou de filosofia externa, mas sim algo que com muito labor foi por ele contruído, pois cultura acima de tudo é a criação pessoal da conceituação do mundo, esta conceituação surge da experiência empírica e das sensações e não necessariamente do que os outros dizem, ainda que o que os outros dizem possa ser comprovado cientificamente, já falamos aqui que um mago não têm como base a ciência mas sim sua experiência com a realidade.

      A vida é uma intensa batalha onde num universo energético diversas categorias psíquicas se confabulam, relacionam ou repelem, entrando ou em acordo e harmonia ou atrito, considera-se como iniciado aquele que têm uma percepção sensitiva disto, insisto em dizer que esta percepção não é meramente psicológica, emocional ou ainda filosófica, ainda que ela tenha estas três características o que faz uma percepção sensitiva ter sua distinção original é a percepção magnética consciente que é tanto receptiva quanto de envio, ou seja: tanto percebe-se as vibrações do ambiente quanto envia-se. Isto foi dito justamente porque vejo como uma coisa fácil confundir magia com psicologia, a magia têm características adicionais além de sentimentalismos ou filosofia pura, está sim aliada à estes termos, mas têm algo adicional que é estudado pela parapsicologia. Maior é a amplitude psíquica quanto mais seja grande a força de vontade daquele que atua, a organização e moral do pensamento também são imprescindíveis, e quanto mais refinadas mais contribuirão para um poder alto e eficaz.

      Esta guerra que existe entre o bem e o mal se trava para o homem ordinário em um âmbito inconsciente, no entanto, o mago através de suas meditações, de seu livro de sonhos e da aplicação filosófica e mitológica à tudo isto  traz ao consciente o que estava antes obumbrado. É assim que têm a real noção de qual é a conformidade que está o mundo em que vive, é assim também que pode atuar de maneira efetiva e eficaz nesta guerra, pois só aquele que conhece a disposição das coisas pode atual nelas de maneira precisa e ordenada, com objetivos bem delineados e pautado em fundamentações verdadeiras e não ilusórias.

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