Existem determinados
movimentos que são de imprescindível importância nos momentos cerimoniais de um
mago, estes movimentos podem ser executados em larga escala ou mais sutilmente.
Em larga escala temos como exemplo um
mago levantar um cajado ou uma pedra acima de sua cabeça, de maneira sutil
podemos citar movimentos de coordenação motora fina executados com as mãos e
dedos. Assim como existem em muitas danças de diversas tradições ou mesmo os
mudras que são posições específicas com as mãos e dedos na cultura indiana, a
dança em si não deixa de portar a característica de movimento físico.
É importante ressaltar que os movimentos,
quando o sujeito está em estado de meditação, têm a função de ativar a
“vontade” que é a força principal utilizada no controle do magnetismo do
universo. Ou seja: não são simplesmente movimentos no modo supérfluo e comum de
entender, mas sim movimentos que ativam um poder interno, e este próprio poder
está neste momento relacionando-se com o ato de movimentar-se. No momento em
que me movimento sinto uma energia da cabeça aos pés, não é por isto uma
experiência ou uma vivência meramente psicológica ou filosófica mas sim uma
vivência que ativa poderes espirituais ainda desconhecidos no homem, uma
vivência empírica, um modo de perceber a realidade mais completo.
Esta “vontade” é parte dos aparatos
psicológicos do mago, mas não deve ser entendida como a vontade de ordem comum,
vamos designa-la como vontade espiritual, que respectivamente têm o poder de
controlar energias e magnetismos universais e ainda entrar em contato com seres
elementais que fazem parte da 4a dimensão. Uma outra possibilidade
que não se pode aplicar à vontade ordinária, e que a espiritual permite, é o
poder de comandar e aplicar maior realismo às forças da imaginação, fazendo com
que esta tenha grande repercussão na 3a dimensão. Assim, os “mitos
pessoais” adquirem vida e podem atender à pedidos, executar tarefas e caminhar
dia à dia com o mago.
Mitos pessoais são criações psíquicas,
mas o fato de terem sido criadas por ele não às torna menos reais que se fossem
um produto do meio espiritual ou do mundo físico, pois é fato consumado que o
psiquismo atua no mundo tão bem ou muito melhor que seus próprios
constituintes. Aliás os mitos pessoais são sempre recheados de cada vez mais
poder, pois devem ser cultivados como plantas pela consciência daquele que
medita. O importante é crer neles, não com a fé morta, nem é necessário que se
raciocine sobre a legitimidade ou não deles, aliás uma coisa que um mago nunca
faz é duvidar ou por à prova suas imaginações, independente deste método não
ter aparentemente uma razão que concorde com a de ordem comun, ou mesmo uma
comprovação científica o fato é que ele é extremamente funcional, e é sobretudo
percebido empíricamente, assim não há necessidade de comprová-lo segundo o
prisma do pensamento tradicional, pois tendo tornado um mago o sujeito entra em
um novo sistema hermético de realidade, e não pode utilizar as regras das
antigas leis para julgar as atuais já que as antigas são restrita no modo de
entender o mundo.
Um mago sabe que seu poder é
exclusivamente psíquico e, por este fato, não depende de nenhum aparato externo
para entrar em funcionamento. Ainda que todos estes aparatos externos
representem meios altamente contribuintes para ativar o seu próprio psiquismo e
poder magnético. Um homem, em geral, está restrito ao seu meio. O pensamento,
os hábitos, o alcance da concepção de vida de um homem estão apregoados e
ditados pela sociedade em que ele vive. O mago vai além do que é um homem
sobrepujando-o em muitos aspectos, a concepção que ele têm da vida é ampla e se
mantém durante todos os segundos, as situações que lhe ocorrem na vida estão
vinculadas à uma filosofia de vida complexa e por isto o sentido que ele doa à
cada situação é de uma amplitude gigantesca, tanto filosoficamente quanto
perceptivamente ( percepções sensitivas adicionais ) falando. É em decorrência
destas duas vertentes ( sensitiva e conceitual ) os hábitos de um mago são de
grande distinção, além do convencional chegando à um patamar que foge à
concepção da sociedade em geral.
Pode-se considerar que os hábitos de um
mago são formados por sua intuição, esta intuição pode ser oriunda de uma total
criatividade e experimentação ou ser a rememoração de atitudes já consolidadas
em encarnações anteriores, ou ainda sugtestões de espíritos desmaterializados
que perambulam por diversas camadas do plano espiritual, estes espiritos
desmaterializados que influem no mago podem estar desencarnados ( mortos ) ou
encarnados ( em viagens astrais ou mesmo influência por pensamentos e sentimentos,
pois a trama social psíquica é ativa todos os momentos, ainda que tenha mais
força de influência e um contato mais íntimo à noite )
Quanto mais se utiliza os poderes
magnéticos, mais se têm noção de como eles funcionam e mais se consegue
dominá-los. O poder magnético é uma função da vontade e atua num mundo paralelo
ao nosso: O mundo psíquico e espiritual. Paralelo mas não incongruente, muito
pelo contrário, é por isto que diz-se que também pode-se influir no mundo
físico.
Um mago não só deve saber como utilizar
seus poderes espirituais como também deve criar uma concepção e filosofia de
vida, da morte e do universo, uma conceituação destes temas altamente complexa
e distinta, que não se embase em parâmetros externos, nem se fundamente em
vertentes científicas mas sim mitológicas, pois estas são mais funcionais e o
que queremos aqui é um poder que tenha utilidade e não penduricalhos que visem
enfeitar e ocupar espaço à toa, ainda que estes possam ser bastante belos. O mago
deve viver segundo esta filosofia, que lhe é extremamente pessoal, não é um
recebimento gratuito de cultura religiosa ou de filosofia externa, mas sim algo
que com muito labor foi por ele contruído, pois cultura acima de tudo é a
criação pessoal da conceituação do mundo, esta conceituação surge da
experiência empírica e das sensações e não necessariamente do que os outros
dizem, ainda que o que os outros dizem possa ser comprovado cientificamente, já
falamos aqui que um mago não têm como base a ciência mas sim sua experiência
com a realidade.
A vida é uma intensa batalha onde num
universo energético diversas categorias psíquicas se confabulam, relacionam ou
repelem, entrando ou em acordo e harmonia ou atrito, considera-se como iniciado
aquele que têm uma percepção sensitiva disto, insisto em dizer que esta
percepção não é meramente psicológica, emocional ou ainda filosófica, ainda que
ela tenha estas três características o que faz uma percepção sensitiva ter sua
distinção original é a percepção magnética consciente que é tanto receptiva quanto
de envio, ou seja: tanto percebe-se as vibrações do ambiente quanto envia-se.
Isto foi dito justamente porque vejo como uma coisa fácil confundir magia com
psicologia, a magia têm características adicionais além de sentimentalismos ou
filosofia pura, está sim aliada à estes termos, mas têm algo adicional que é
estudado pela parapsicologia. Maior é a amplitude psíquica quanto mais seja
grande a força de vontade daquele que atua, a organização e moral do pensamento
também são imprescindíveis, e quanto mais refinadas mais contribuirão para um
poder alto e eficaz.
Esta guerra que existe entre o bem e o
mal se trava para o homem ordinário em um âmbito inconsciente, no entanto, o
mago através de suas meditações, de seu livro de sonhos e da aplicação
filosófica e mitológica à tudo isto traz
ao consciente o que estava antes obumbrado. É assim que têm a real noção de
qual é a conformidade que está o mundo em que vive, é assim também que pode
atuar de maneira efetiva e eficaz nesta guerra, pois só aquele que conhece a
disposição das coisas pode atual nelas de maneira precisa e ordenada, com
objetivos bem delineados e pautado em fundamentações verdadeiras e não
ilusórias.
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